Os objectivos da viagem à edição deste ano do BETT foram observar o desenvolvimento da indústria das tecnologias educativas, a descoberta de novas tendências e o desenvolvimento de contactos.
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Da análise feita aos produtos exibidos na área das Tecnologias Educativas, destaque para três produtos:
1. Quadros interactivos e bases de dados de recursos digitais.
Se tivesse que sintetizar o BETT num único produto, automaticamente diria: Quadro interactivos (QI). A diversidade de produtos e empresas a vender quadros interactivos, era enorme. Um em três stands dedicava-se à venda de soluções para escolas com QI. Isolados ou associados a uma suite de soluções, o QI é, sem dúvida, a grande aposta comercial das empresas associadas à indústria das tecnologias educativas.
Mas felizmente, a preocupação das maior parte das empresas não é exclusiva à vendas dos QI, mas sim na oferta de um conjunto de soluções e serviços de apoio às escolas, no qual o QI é encarado como uma ferramenta com elevado potencial didáctico. Sendo uma ferramenta muito vistosa, devido às suas características e interactividade, grande parte das apresentações centrava-se nas funcionalidades (nem sempre úteis) que os restantes competidores não tinham. Mas compreende-se, as estratégias de marketing assim os obrigam.
Mas gostava de apelar as escolas portuguesas, que se encontrem em processo de aquisição de QI's, para tomarem em elevadíssima consideração os serviços de apoio e formação disponibilizadas pela empresa, a base de dados de recursos e programas disponibilizados aos professores (não pagar à parte, mas sim englobados no pacote de venda) e a necessidade de um sistema de respostas electrónico associados às actividades na sala de aula. Não se deixem fascinar pelas funcionalidades do QI, mas sim preocupem-se na qualidade dos serviços de manutenção e formação, na disponibilização de recursos para os QI e nos acessórios que permitam uma avaliação da aprendizagem dos alunos.
Sem tomar o partido de qualquer empresa, nem objectivos de publicidade, eu pessoalmente, destacaria os produtos da Promethean e da 2Simple.
2. Produção de recursos digitais pelos alunos.
Outra
tendência em destaque no BETT, é a venda de software e hardware para produção
multimédia, aproveitando as competências dos nativos digitais.
A diversidade de soluções para a produção de vídeo e áudio é vastíssima, onde grandes empresas como a Adobe, Apple e PlanetPC tentam vender as suas soluções para a Educação, competindo com outras empresas inteiramente dedicadas às tecnologias educativas.
A abundância de software para a criação de histórias digitais (digital storytelling) em vídeo, soluções para broadcast locais (rádio e televisão) e programas de apoio à produção e divulgação de conteúdos por parte de instituições de renome (BBC, Channel4, British Academy of arts and television), permitem-me concluir que a produção de recursos digitais será uma das grandes apostas da indústria e uma das principais iniciativas a serem implementadas nas escolas, num futuro muito próximo.
Analise a qualidade e a versatilidade das soluções, compare muito bem os preços apresentados e esteja atento a apoios ou concursos que instituições promovam junto das escolas.
3. Plataforma educativas
As
plataformas educativas (LMS), intituladas no UK como VLE (Virtual Learning
Enviroments), também estiveram em destaque no BETT. Sobre estas ferramentas, já
existem vários estudos realizados pela BECTA, que inclusive divulgou uma lista
de VLEs recomendadas. Surpresa: o Moodle não consta nessa lista, embora seja a
opção de muitas escolas inglesas.
À semelhança dos QI, a grande preocupação das empresas e da BECTA em relação aos VLE, não está na plataforma em si, mas sim nos serviços de apoio às escolas, segurança da plataforma e nos recursos educativos disponibilizados aos professores (quer base de dados de materiais, quer software de produção de conteúdos). Mais uma vez, o serviços não se centram nos produtos tecnológicos, mas sim no acompanhamento e na integração dos produtos nas práticas lectivas.
Embora as escolas em Portugal (com o apoio da CRIE) tenham adoptado o Moodle, o que facilita a partilha de ideias e recursos, sinto (através das experiências partilhadas com vários professores no activo) que ainda existe uma lacuna nos serviços de apoio aos administradores das plataformas e restantes professores. Neste contexto, gostaria de partilhar convosco um excelente vídeo produzido para a TeachersTV, sobre a implementação de uma VLE e a experiência adquirida por uma escola inglesa sobre esta matéria.
Secondary ICT Management - Choosing a VLE
Este comentário pessoal não revela toda a imensidão de ideias e produtos discutidos na BETT. Pretendo apenas realçar alguns pontos que acho pertinentes para o contexto das escolas portuguesas e promover a discussão de ideias junto da nossa comunidade de professores.
No
caso de querer mais informações poderá consultar os podcasts dos seminários
realizados no BETT, que abrangem temas como a segurança, práticas educativas,
implementação das TIC, elearning e ensino especial.
Espero
que tenham apreciado análise e os links disponibilizados.
P.S:
Londres é uma cidade lindíssima...