Olá!
Gostava também de deixar neste debate
o que os alunos pensam, nomeadamente os alunos de duas
turmas de TIC do 9º ano, da Escola Básica 2,3 Manuel de Figueiredo, em Torres Novas. Em Dezembro, durante uma aula de TIC, estes alunos escreveram a sua opinião em
blogs pessoais (clique para ver os seus endereços), que também funcionam como caderno diário da disciplina de TIC. Um aluno (
João Gregório - Quarta, 5 Dezembro 2007), chegou mesmo a participar neste fórum. Depois, juntei/resumi as suas opiniões e fiz pequenas correcções de português, tendo obtido as seguintes respostas às questões do debate:
1. Os alunos portugueses
enquadram-se nesta realidade de miúdos com impressionantes competências
tecnológicas (uso de live chats, blogs, emails e criação de recursos
digitais) e capazes de realizar multi-tarefas ao mesmo tempo (multi-tasking)?Os alunos portugueses estão cada
vez mais fascinados com as novas tecnologias: muitas conversas que
existem nos grupos de amigos são sobre este tema. Por isso, os
jovens acabam por ser se integrar no mundo dos computadores,
principalmente se querem ser aceites pela sociedade pelos seus
colegas. Além disso, é muito fácil trabalhar com
um computador e os preços destes estão cada vez mais
acessíveis.
Os jovens não conseguem viver
sem os computadores e a Internet (alguns alunos, principalmente do 3º
ciclo e secundário, são “viciados” em
computadores), porque têm necessidade de conhecer coisas novas
e de por as suas ideias em prática. Utilizam bastante o
computador para fazer todo o tipo de tarefas, como por exemplo,
utilizam-no para pesquisar, realizar trabalhos escolares, trabalhar
nos blogs, para jogar e para conversar no chat. No entanto, existem
alunos que só utilizam a Net para pesquisar e para conversarem
com os amigos online (MSN). Não é só
prejudicial, porque quando forem trabalhar precisam de saber
trabalhar com o PC.
No entanto, a criação de recursos digitais e
realização de multi-tarefas só acontece se o
próprio aluno adorar trabalhar em torno de todo o software.
Por exemplo, poucos alunos aderiram com interesse ao Moodle: alguns
aderiram simplesmente porque os professores colocaram lá
materiais importantes ou a maioria simplesmente não aderiu.
Mas esta realidade poderia mudar se o governo apostasse em equipar as
escolas com mais computadores, já que alguns alunos não
têm computador e Internet em casa. Assim, talvez pudesse haver
mais jovens a aderir à tecnologia, já que será o
nosso futuro.
Mas não se devem deixar viciar,
porque as tecnologias são muito boas, muito interessantes,
muito «fixes», mas há outras coisas para além
disso. Eu não estou sempre no computador ou a ver TV, a maior
parte do meu tempo, passo a ler (eu adoro ler) e, às vezes,
também estudo [pelos livros e cadernos, não pela
Internet].
2.
Estão os professores portugueses preocupados em adaptar-se a esta nova
realidade, dominada pelo uso e o domínio de conteúdos digitais como
forma de expressão?
Penso
que sim, pois se os alunos estão inseridos neste novo Mundo
tecnológico, os professores, para acompanhar e utilizar a
mesma "linguagem", estão de certa forma a ser
"contagiados" pela adaptação às
tecnologias.
À
medida que as tecnologias e os recursos digitais avançam no
ensino, também os professores se preocupam em acompanhar esse
avanço, pois precisam de adaptar-se à nova forma de
trabalhar, que é melhor e mais rápida.
Muitos
professores pedem trabalhos que têm de ser feitos e
apresentados com o computador, dão aulas utilizando o
PowerPoint e recorrendo a pesquisas na Internet, usam muito o Moodle
(quase todos têm lá algo na disciplina: resumos da
matéria, os "objectivos" para os testes e exercícios
para treinarmos a matéria) e, em vez de fazer os velhinhos
teste em papel, recorrem aos famosos quizs.
Eu
acho que os meus professores não estão preocupados,
eles já se adaptaram... Eles acham é que se calhar nós
devíamos passar menos tempo à frente do computador...
No
entanto, alguns professores (talvez os mais velhos) podem querer
manter “o seu método de ensino” e achar o computador e o
“mundo da Internet” muito complicados e misteriosos.
3. Serão os conteúdos digitais uma mais valia para o processo ensino-aprendizagem? De que forma?
É lógico
que para nós alunos, é uma mais valia e muito mais
fascinante aprendermos novos conteúdos através da
informática.
A informática é um factor
muito importante para o desenvolvimento do ensino, porque hoje em dia
um computador é indispensável na vida de um estudante e
de um professor.
Os conteúdos digitais, por serem
interactivos e mais atractivos, poderão ajudar os professores
a preparar as suas aulas e a ensinarem de uma forma melhor e mais
simples.
Consequentemente, os alunos poderão ficar mais incentivados para trabalhar mais e melhor, e estar mais atentos e interessados. Também podem aprender
melhor os conteúdos dados nas aulas (por ex., a apresentação de
conteúdos com o projector facilita muito a sua compreensão
e os alunos que não percebem a matéria na aula podem,
em casa, consultar a Internet).
Como no futuro teremos de trabalhar com
os PC, os conteúdos digitais abordados na escola ensinam-nos a
ter métodos de trabalho para o futuro.
Além disso, poupa-se papel,
porque passa-se a utilizar o computador para ver os conteúdos,
estudar e fazer os trabalhos (em vez de o trabalho ser entregue ao
professor em papel, pode ser entregue via Internet), o que contribui
para melhorar o ambiente.
No entanto, devemos ter cuidado com a
utilização excessiva do computador, que pode causar
problemas de saúde na própria pessoa. Eu, apesar de
estar a escrever isto, tenho consciência que não posso
estar muito tempo em frente do computador, enquanto que muitos alunos
não têm essa consciência!