Caro colega <?xml:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />Carlos Cunha, a nossa dificuldade de comunicação não se prende com uma diferença nas perspectivas de ensino de FQ, mas antes com uma diferença de perspectivas profissionais.
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Eu defendo um ensino de qualidade que exige solução de profissionais. Sempre me bati para ter condições laboratoriais de elevada qualidade, funcionais, especializadas, sobretudo com os espaços e os equipamentos adequados. Fi-lo por mim, pelos meus alunos e pelos meus colegas. Fi-lo porque achei que isso fazia parte do meu desempenho profissional. Em parte consegui! Tenho trabalhado em laboratórios, que não são bons, mas que são razoáveis. E repare que aquilo que para mim é só razoável para outros já é muito bom! Mas, como profissional, eu tenho que ser exigente, comigo e com os outros. Por isso não quero agora passar de cavalo para burro!
O colega defende, quanto a mim, uma solução que é amadora, pois as soluções de 2 em 1 são tipicamente amadoras. Um profissional não se pode dar ao luxo de perder tempo à espera..., a montar e desmontar..., a combinar... Um profissional precisa de espaços e equipamentos adequados para realizar a sua actividade, seja ela qual for.
A si, colega Carlos Cunha, coube-lhe uma difícil tarefa neste fórum: a de explicar o inexplicável. Aliás, quanto mais se explicou mais mostrou as debilidades deste modelo. Afinal, o tal anexo entre as salas não é 2 em 1. É 3 em 1: é apoio à sala 1, é apoio à sala 2 e é sala de preparações! É a isto que nos temos que sujeitar? Realmente esta parte não tinha percebido! É bem pior do que eu pensava!
As soluções de 2 em 1 (teaching wall e arrumo), de 3 em 1 (anexo) e de 8 em 1 (espaço central da sala de ciências) são, no meu entender, soluções amadoras. Até podem parecer úteis e interessantes, mas são pouco funcionais, porque limitam as utilizações simultâneas. Em minha casa há um telefone que é fax, mas num qualquer escritório há um telefone e há um fax. Na minha cozinha tenho uma varinha mágica que é picadora, mas numa cozinha profissional há uma varinha e há uma picadora (ou há mais!). O 2 em 1 é a solução barata do bricolage. Os profissionais usam equipamentos e espaços dedicados. Não se podem dar ao luxo de esperar, de perder tempo, de um só dano (e respectiva reparação) implicar a perda temporária de duas ou três funcionalidades.
Eu percebi muito bem o essencial desta proposta, o problema é que não concordo com ela. E quanto mais o colega explica menos concordo. O colega pensa que se explicar muito e bem que eu vou perceber e quando perceber que vou concordar. Portanto, perceber, para si, é o mesmo que concordar!
Eu já percebi! Mas não concordo! E quanto mais percebo menos concordo! Portanto, quanto mais explica, pior! Em vez de explicar, poderia defender a sua perspectiva. Se calhar até iríamos concordar mais facilmente em alguma coisa.
Eu defendo uma solução polivalente com recurso a zonas dedicadas, com espaço, com o equipamento necessário, onde professores e alunos possam exercer a sua actividade em condições adequadas de higiene e segurança. Soluções que sejam motivadoras e geradoras de responsabilidade. Não posso concordar com soluções que dificultem, que impeçam, que limitem a realização de trabalho laboratorial, mesmo que elas pareçam melhores do que aquilo que existe actualmente na generalidade das escolas.