É certo que as aulas estão pensadas para que as actividades experimentais se façam em turno, mas é possível, senão mesmo aconselhável fazer as aulas (teóricas ou não) à volta de observações e de actividades experimentais. O problema é que não basta haver equipamento, é preciso haver condições para os utilizarmos.
Na semana passada decidi fazer uma aula de cálculo de incertezas a partir da determinação do tempo de queda de uma esfera. Além de aprenderem a fazer os cálculos necessários decidi que o iam fazer utilizando o Excel. A 1ª série de valores foi feita no meu computador (e projectada) e depois os alunos reuniram-se em grupos de 3 ou 4 e foram eles fazer as determinações e respectivos cálculos.
Para essa aula poder acontecer tive que ir armada em burro de carga, carregada com o meu computador, um projector e mais 3 computadores (felizmente tenho 3 estagiárias que me ajudam a carregar). Tudo seria muito mais simples se a sala já estivesse equipada com o projector e os computadores e restante material que utilizei.
Para ter os alunos em grupo rearranjei a sala num espaço como o F, com grande barulheira e perda de tempo, porque o espaço não está preparado para isso. Felizmente pude trocar de sala com uma colega senão ainda tinha que levar o tradicional tabuleiro de material para a aula.
Apesar da carga que carrego comigo diariamente escola acima, escola abaixo, a aula correu muito bem, os alunos aderiram bem à tarefa pedida e quando enviaram os seus trabalhos para a página da turma estavam correctamente realizados (mandaram de casa porque internet nas salas é um luxo do qual a minha escola ainda não dispõe).
Por tudo isto acredito que vale a pena investir num tipo de aula e de espaços diferentes para o ensino das ciências.
Apesar das dores nas costas e do tempo que tudo isto demora continuo a fazê-lo por acreditar que esta forma é melhor de ensinar e de aprender.