Alguém conhece o relatório de avaliação do projecto MINERVA, de 1994?

Alguém conhece o relatório de avaliação do projecto MINERVA, de 1994?

by Vitor Teodoro -
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Alguém conhece o relatório de avaliação do projecto MINERVA, de 1994?
Que conclusões tem o relatório? E que recomendações?
In reply to Vitor Teodoro

Re: Alguém conhece o relatório de avaliação do projecto MINERVA, de 1994?

by Márcia Santos -
1ª Conclusão: Os objectivos não foram completamente cumpridos. Uma das razões foi a não inclusão das tecnologias no currículo.
2ª Conclusão: foi a partir deste projecto que a disciplina ITIC passou a fazer parte do plano de estudos do Ensino Secundário.

Recomendações:
Integração, desenvolvimento, investigação e formação.

"O importante não é a ferramenta, é o que se pode fazer com ela".


Borges, J. (2006). Slideshare. Consultado a 20/10/2009 em http://www.slideshare.net/jborges/relatrio-do-projecto-minerva
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Re: Alguém conhece o relatório de avaliação do projecto MINERVA, de 1994?

by Jose Martins -

Ola!

Tratou-se de um projeto com numerosas vertentes de atividade, envolveu muitas instituições, mobilizou milhares de professores, abrangeu milhares de alunos e foi realizado ao longo de nove anos (1985-1994).

Foi um arranque do processo de transformação da escola tendo em conta a nova realidade cultural que são as tecnologias de informação, permitindo o desenvolvimento de múltiplas dinâmicas, suscitou novas ideias, estimulou iniciativas, proporcionou o aparecimento e crescimento de numerosas equipas.

Não se atingiu a estabilização de um modelo para os centros de informática nas escolas, a produção e divulgação de software, de materiais de apoio... foi insuficiente  na maioria das disciplinas, não se chegaram a desenvolver modelos concretos de utilização das tecnologias de informação na sala de aula; os centros de apoio local não chegaram a vingar...

Recomendações:

Integração, Desenvolvimento, Investigação, e Formação:

- integração - necessária nos planos curriculares, na vida das escolas, na formação de professores;

- desenvolvimento de produtos ao nível do software, dos materiais, das propostas curriculares ainda é necessário;

 - investigação, nas suas vertentes teórica e empírica, é imprescindível para fundamentar e marcar as linhas de progressão;

- formação - estratégia essencial de envolvimento e crescimento dos seus participantes.

Ponte, J. (1994). O Projecto MINERVA. Introduzindo as NTI na Educação em Portugal - DEPGEF. Consultado a 20/10/2009 in

http://aprendizagemciencia.blogspot.com/2007/10/relatrio-de-avaliao-do-projecto-minerva.html

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Re: Alguém conhece o relatório de avaliação do projecto MINERVA, de 1994?

by Rosa Pinto -

Olá!!!!!


O objectivo deste Projecto baseava-se em:

- Equipar escolas com equipamento informático;

- Formar professores e formadores de professores;

- Desenvolver software educacional;

- Promover investigação e desenvolvimento sobre a utilização educacional das tecnologias da informação e da comunicação nas escolas primárias e secundárias;

- Potenciar as tecnologias de informação e da comunicação como instrumento de valorização dos professores e do espaço escolar;

- Desenvolver o ensino das tecnologias da informação e da comunicação para a inserção na vida activa.

Este Projecto incide sobretudo na formação de professores; no desenvolvimento curricular; no desenho, desenvolvimento, adaptação e publicação de software educacional e de outros materiais de apoio à utilização de tecnologias da informação e da comunicação nas escolas; e na promoção da utilização de tecnologias da informação e da comunicação nas escolas e instituições de educação especial.

A utilização das tecnologias de informação, constituem uma importante ferramenta que possibilita desenvolver a capacidade de pensamento e de acção nos mais diversos domínios e desenvolver novas formas de criatividade. Nestes últimos anos, pela acção e reflexão, as tecnologias de informação têm sido um factor muito significativo na transformação da escola.

Ponte, J. (1994). O Projecto MINERVA. Introduzindo as NTI na Educação em Portugal - DEPGEF. Consultado a 22/10/2009 em

http://aprendizagemciencia.blogspot.com/2007/10/relatrio-de-avaliao-do-projecto-minerva.html

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Re: Alguém conhece o relatório de avaliação do projecto MINERVA, de 1994?

by Margarida Jesus Gomes -

Projecto Minerva (1985-1994)

Como objectivo inicial, o projecto Minerva pretendia apenas a introdução das tecnologias da informação no sistema de ensino não superior mas acabou por ser um espaço de reflexão sobre como a escola poderia mudar com a introdução das NTI. Mas este projecto desencadeou processos e suscitou questões que não se previam à partida. Passou-se a questionar os objectivos, a organização e os métodos de trabalho das escolas e vertentes como o trabalho de projecto, a colaboração interdisciplinar e a integração das TIC nas várias disciplinas passaram a ser eixos orientadores do projecto Minerva.

Apesar do contributo do ME para o projecto ter sido muito discreto, ao nível dos pólos universitários e das escolas a dinâmica criada foi muito importante e profícua.

Ao nível das universidades “Possibilitou em muitos casos o desencadeamento de actividades de investigação e de desenvolvimento curricular (produção de software e materiais de apoio), levou à formulação de concepções e estratégias de formação, estimulou o aparecimento de outros projectos mais específicos e ajudou ao estabelecimento de interligações e de actividades de cooperação das mais variadas.” e, em muitas das escolas, “Suscitou o gosto pelo investimento no espaço profissional, contribuiu para a dinamização geral da escola, proporcionou novas vivências e novas situações de aprendizagem aos alunos (em certos casos extremamente significativas), ajudou a criar relações inter-escolas e instituiu mecanismos efectivos de troca de experiências entre professores” (…) “Também importante foi a interacção num mesmo projecto de professores de diferentes disciplinas, de diferentes níveis de ensino (1º, 2º e 3º ciclos, secundário, ensino especial), com diferentes tipos de formação e experiências profissionais”.

Mas houve também casos onde as expectativas não foram atingidas “quer porque a respectiva equipa de professores não se soube abrir em relação ao resto da escola e integrar as actividades do projecto na sua dinâmica, quer porque não foi capaz de envolver os alunos, quer ainda por problemas de ordem logística (falta de salas, de equipamentos, de outros recursos) ou organizativa (deficiente relação com o pólo ou com os órgãos da escola)”

Conclusões:

A inclusão das NTI no sistema educativo parece ter superado as fases da experimentação e do desenvolvimento mas a fase da integração estaria a ser mais difícil de implementar. Conseguiu-se alguma cooperação entre a investigação, o ensino superior e as escolas mas é algo que terá de ser alimentado e mantido. Sugeria-se como linhas de orientação futuras: Integração, Desenvolvimento, Investigação, e Formação (já especificadas pelo José Martins) .

Recomendações:

Há 15 anos referiu-se que era urgente definir uma política concertada e orientada para os planos curriculares, para o funcionamento e apetrechamento das escolas e para a formação dos professores.

Essa política deveria ser articulada com actuações conjuntas de estruturas de investigação e desenvolvimento, tecnológico e educacional, e uma equipa de trabalho do ME com competências técnico-pedagógicas.

O relatório termina com um parágrafo muito importante do qual não posso deixar de extrair as seguintes ideias:

"Os computadores são máquinas. Mas as tecnologias de informação, mais do que isso, são uma perspectiva cultural. Elas constituem uma importante ferramenta intelectual que permite estender as capacidades de pensamento e de acção dos seres humanos nos mais diversos domínios. Mas o que é importante não é a ferramenta — é o que se pode fazer com ela. O seu principal interesse está nas novas formas de criatividade que permite desenvolver. (...) É uma experiência, cujo balanço geral é sem dúvida positivo, a reclamar uma adequada continuação."


Ponte, J. (1994). O Projecto MINERVA. Introduzindo as NTI na Educação em Portugal - DEPGEF. Consultado a 22/10/2009 em http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/jponte/docs-pt/94-Ponte(MINERVA-PT).doc

In reply to Margarida Jesus Gomes

Re: Alguém conhece o relatório de avaliação do projecto MINERVA, de 1994?

by Fátima Tomé -

Boa noite, continuando o debate e concordando com o que os meus colegas referiram, não vou referir o objectivo inicial do projecto Minerva, pois a Margarida já o fez.

 A informática desde há muito que é atraída tanto por escolas como por empresas. O Projecto Minerva surgiu com o intuito de explorar possibilidades de rentabilizar investimentos privados em computadores domésticos e dotar as escolas com os mesmos. Criou-se uma situação  única de irresponsabilização das estruturas formais de decisão administrativa do Ministério da Educação e de responsabilização institucional dos professores militantes expontâneos do movimento informático nas escolas, usando como sede organizativa alguns polos universitários. Ficou acordado que existiria uma segunda fase operacional, que se colocava opositora à primeira que fora experimental.

A direcção do projecto ficou assim ao encargo do Ministério da Educação.

 Vitor Teodoro preocupou-se em pensar a transformação no quadro da introdução de computadores nas escolas. Assim refere três posições (Teodoro, 1992:10):

 

• Há mudança tecnológicas graduais, com impacto gradual na sociedade.

• Há mudança tecnológicas graduais, com impacto revolucionário na sociedade.

"A introdução das tecnologias de informação na Educação – refere o autor – não pode, ser considerada

Bjs

Fátima

Teodoro e Freitas, 1992,

In http://lsm.dei.uc.pt/ribie/docfiles/txt200341733438Mudan%C3%A7a%20social%20e%20tecnol%C3%B3gica.pdf

Educação e Computadores, Lisboa, GEP/ME.• Não há mudança, mas apenas tecnologias de substituição;apenas como uma mudança tecnológica". O que significa, para que tal tomada de posição seja significante, que, mesmo contra a vontade deste protagonista dos processos de informatização da escola, a separação hierarquizada entre o tecnológico e o social, ao nível da concepção da mudança, é um facto sentido por todos.
In reply to Vitor Teodoro

Re: Alguém conhece o relatório de avaliação do projecto MINERVA, de 1994?

by Sara Mota -

Olá a todos :)

MINERVA é um acrónimo para Meios INformáticos no Ensino Racionalização Valorização Actualização.

Este Projecto - Projecto Minerva - foi um projecto do Ministério da Educação Português que vigorou entre 1985 e 1994. Focou a sua atenção na introdução das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do ensino não superior.

Na sua fase final, em 1993/1994, atingiu mais de 140 escolas de todos os níveis de ensino, cerca de 40 Centros de Apoio Local e 15 Pólos do Projecto Minerva, num total estimado de mais de 2000 utilizadores distribuídos pelo continente, Madeira, Açores e Macau de uma comunidade que englobou alunos, professores, formadores, investigadores e outros agentes educativos apoiada nos computadores e nas telecomunicações.

Fonte: Wikipedia.

Continuação de bom trabalho a todos.

*SIAMota*

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Re: Alguém conhece o relatório de avaliação do projecto MINERVA, de 1994?

by Angela Santos -

Boa tarde!

As recomendações a curto-prazo do relatório de avaliação do projecto MINERVA de 1994 foram agrupadas em 5 classificações (Ministério da Educação, 1994):

  • Desenvolvimento de políticas: a reforma educativa e o papel das TIC;
  • Formação e valorização profissional;
  • Fornecimento dos recursos necessários;
  • O papel das Universidades;
  • Estratégias de implementação.

A primeira classificação refere que é necessário desenvolver e manter uma política compreensiva, tendo em atenção a aplicação das tecnologias para solucionar os problemas do ensino. É necessário também que seja garantido um apoio activo contínuo com o intuito de desenvolver as tecnologias de informação educativa; que seja promovido o trabalho inter-disciplinar e disciplinar através das novas tecnologias da informação; que a carga horária seja estruturada e as instalações escolares sejam organizadas de forma a apoiar a utilização das tecnologias de informação.

A segunda classificação defende que as tecnologias de informação devem ser integradas na valorização profissional, bem como, utilizar a investigação sobre o impacto das TIC na educação de modo a adaptar a valorização profissional.

A terceira classificação afirma que é necessário desenvolver um vasto e extensivo conjunto de estratégias de financiamento nacional que incentivem a utilização das TIC; apoiar o desenvolvimento e a distribuição dos recursos desenvolvidos pelos professores; apoiar a avaliação, a distribuição e o desenvolvimento de software educacional; desenvolver uma estratégia eficaz para os custos de aquisição de equipamento, bem como, desenvolver estruturas e centros de coordenação eficientes para coordenar recursos.

A quarta classificação diz que é preciso promover o envolvimento constante na utilização educacional das tecnologias da informação por parte das universidades, assim como, promover a investigação decorrida até 1994 e a futura.

A quinta classificação refere que se deve promover o papel da tecnologia a nível dos planos de crescimento da escola; desenvolver modelos eficazes de apoio às TICcentrados na escola; promover a utilização efectiva das redes electrónicas e serviços relacionados; promover a colaboração educacional; promover parcerias entre escolas e instituições da comunidade local, empresas e indústria, bem como, desenvolver relações de trabalho estreitas com a indústria da tecnologia da informação.

Continuação de bom trabalho!

Ângela Santos

Referência Bibliográfica:

Ministério da Educação. (1994). Relatório dos Avaliadores do Projecto MINERVA .  Departamento de Programação e Gestão Financeira. Lisboa.