Que políticas para as tecnologias na educação em Portugal?
O Plano Tecnológico da Educação surgiu desta necessidade, e pretende colocar Portugal na linha da frente da modernização tecnológica do ensino na Europa.
Por sua vez, as Escolas terão de desenvolver um plano que facilite a integração das TIC no seu quotidiano, quer no que diz respeito a professores, a alunos, e a todos os outros elementos que constituem a sua comunidade.
Urge tomar medidas para mudarmos a nossa mentalidade e cultura, para que não haja sistematicamente um fosso entre as gerações mais jovens e as mais velhas.
Patrocínio1 (2004:329) confessa que a mera existência de meios para implementação das TIC não implica, por si só, a sua utilização: “Tem havido, contudo, evidência empírica, através de programas e projectos desenvolvidos um pouco por todo o mundo, que o facto de se distribuírem computadores e respectivos periféricos nas escolas não garante, só por si, a sua utilização nem a sua adequada utilização, sendo necessária a existência de estratégias e integração/inclusão bem gizadas para que aconteça uma verdadeira aprendizagem apoiada pelas novas TIC”.
A educação, pública ou privada, é uma rede social, com uma cultura própria, que desde sempre procurou promover a participação de todos os indivíduos que dela fazem parte, para que todos contribuam na qualidade da educação. Assim, todos os que fazem parte desta rede social deveriam poder reflectir e contribuir para que as recomendações europeias, através das políticas nacionais, pudessem ser implementadas, gradualmente, na Escola/Comunidade de que fazem parte, considerando, em todos os momentos, todo o meio envolvente (que é tão importante e tantas vezes cai no esquecimento, fazendo com que muitas escolas exerçam políticas desajustadas da sua realidade).
Neste sentido, órgãos de gestão das escolas, autarquias, empresas, professores, alunos e pais estariam juntos, trabalhando, colaborativamente, por “uma escola melhor” que responda às expectativas deste século XXI.
Para isso, e num primeiro passo, teríamos de apostar na formação das equipas de gestão, dotando-as de bons conhecimentos no domínio e potencialidades das TIC, para que se criem condições necessárias para a aposta em parcerias entre os diversos actores da comunidade, promovendo a participação de todos nas políticas de mudança da escola para uma escola do séc. XXI.
Considerando as competências de liderança e os conhecimentos no domínio e potencialidades das TIC, cabe aos órgãos de gestão das escolas criar e adoptar estratégias de implementação das directivas europeias/nacionais/regionais nas escolas.
Aqui na Região Autónoma da Madeira (RAM), pelos relatos dos vários colegas, a realidade das tecnologias nas escolas não é igual para todos, e isso poderá estar relacionado, ou não, com a sensibilidade dos órgãos de gestão para a importância das TIC nas escolas, ao serviço efectivo de alunos, professores e restante comunidade educativa.
Assim, os órgãos de gestão poderiam dividir o desenvolvimento da criação de uma política educativa em 4 domínios : plano, implementação, gestão e revisão.
Num primeiro momento, teriam de ser tidos em conta os equipamentos/recursos e estratégias já disponíveis. Neste sentido, deverá haver preocupação com o hardware/equipamentos/recursos; com as infra-estruturas (servidores, rede local) e a sua gestão/actualização; com um bom e eficaz apoio técnico prestado nesta área; com o desenvolvimento profissional dos elementos envolvidos na concepção de planos de melhoria destes serviços, e com a reformulação do plano adoptado sempre que necessário.
Procurando optimizar as dinâmicas escolares, procuramos criar um conjunto de medidas devidamente categorizadas:
1. Investir no desenvolvimento de competências de liderança através da aposta numa gestão dotada dos conhecimentos e potencialidades das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).
2. Promover parcerias entre as várias entidades da comunidade, encorajando incentivos à modernização tecnológica da escola e dos seus serviços públicos.
3. Dinamizar um projecto transversal a todas as turmas da Escola, através do Projecto Educativo de Escola, promovendo a utilização das TIC na Escola, divulgando, durante o ano lectivo, em espaço próprio (site escolar), as actividades desenvolvidas.
4. Promover a participação activa dos alunos no seu processo de aprendizagem, permitindo a utilização dos diversos equipamentos tecnológicos que os alunos têm ao seu dispor, no desenvolvimento de actividades de aprendizagem (ex: telemóveis, leitor de MP3, iPod’s, PSP’s, etc), devidamente regulamentadas.
5. Eleger, através de concurso, o Coordenador TIC, com base na avaliação curricular e nas competências comprovadas para o desempenho do cargo.
6. Criar, através de concurso, e considerando a dimensão da escola, a Equipa TIC, com base na avaliação curricular dos candidatos e nas competências comprovadas para o desempenho de funções.
7. Criar, através de concurso, e considerando a dimensão da escola, a Comissão de Formação, com base na avaliação curricular dos candidatos e nas competências comprovadas para o desempenho de funções.
8. Criar, através de concurso, e considerando a dimensão da escola, a Equipa de Concepção de Conteúdos Digitais, com base na avaliação curricular dos candidatos e nas competências comprovadas para o desempenho de funções.
9. Incentivar e promover momentos de formação especializada para o(s) técnico(s) de informática e equipa que gere os recursos audiovisuais, permitindo um melhor desempenho profissional.
10. Regulamentar as funções inerentes ao desempenho de cargos e constituição de equipas de trabalho.
11. Incentivar e sensibilizar os docentes para a importância da formação em TIC.
12. Divulgar projectos de carácter inovador de âmbito europeu, nacional e regional, promovendo a aquisição de competências digitais e colaborativas.
Um exemplo de uma ferramenta de gestão já existente e que pode ser utilizada pelas escolas |
"O GATo aparece como resultado da normal integração numa única plataforma web dos sistemas Rede2003 (gestão dos projectos das escolas aderentes à Rede de Cooperação e Aprendizagem) e GPTIC (gestão de projecto de aplicação das TIC na escola), funcionando após a validação de utilizador, como um sistema de gestão de base de dados do projecto de cada agrupamento de escolas. Todos os dados registados na base de dados de cada escola podem ser objecto de uma coordenação efectiva dos seus conteúdos. É atribuída a cada escola uma conta de utilizador de nível administrador que permite configurar os dados auxiliares que permitem a adaptabilidade da aplicação à realidade da escola (tempos lectivos, designação de laboratórios, anos de escolaridade, turmas, etc.) e a manutenção das suas contas de utilizadores."
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1. Criar parcerias com entidades externas de manutenção de equipamentos para a resolução de problemas.
2. Criar políticas de segurança de acesso aos computadores.
MsoListParagraphCxSpMiddle">3. Proceder ao levantamento semanal de problemas com os equipamentos.
MsoListParagraphCxSpMiddle">4. Criar um sistema de triagem de problemas, atribuindo prioridades de resolução aos mesmos.
MsoListParagraphCxSpMiddle">5. Prestar apoio aos docentes e não docentes na resolução de problemas urgentes.
MsoListParagraphCxSpLast">6. Proceder à instalação das actualizações existentes, para uma manutenção mais duradoura dos sistemas.
EQUIPAS DE COORDENAÇÃO
Coordenação TIC
1. Equipa TIC/PTE, de acordo com as indicações do Despacho nº700/2009 e Despacho n.º 25/2007/M.
Apoio à produtividade
2. Equipas de apoio à utilização das TIC nos serviços administrativos na implementação, disponibilização, gestão e utilização de ferramentas essenciais à melhoria das suas actividades.
3. Equipas de apoio aos docentes na utilização de ferramentas que permitam uma melhoria do seu trabalho, como ferramentas de trabalho colaborativo, criação de comunidades de prática, etc.
4. Equipa de apoio à utilização das TIC em contexto de sala de aula responsável também pela apresentação dos recursos disponíveis, facilitando assim a sua implementação.
Avaliação e inovação
5. Equipa de investigação e desenvolvimento de novas políticas e projectos, que mantenham as instituições actualizadas e alerta acerca dos desenvolvimentos tecnológicos e dos benefícios que daí poderão advir.
6. Equipa de avaliação das actividades para que em tempo útil se possa aferir da evolução das mesmas, procedendo aos ajustes necessários para maximizar e melhorar os seus resultados.
FORMAÇÃO
Órgãos de gestão
MsoNormal">1. Promover a dinamização de formação contínua no que diz respeito a software de produtividade.
MsoNormal">Grupos de docência (ou disciplinares)
MsoNormal">
MsoNormal">1. Criação de um horário semanal para apoio a docentes da escola no que diz respeito à utilização das TIC.
MsoNormal">2. Dinamizar formação específica para os diversos grupos disciplinares, promovendo a utilização de diversas ferramentas ao serviço da aprendizagem.
MsoNormal">3. Formação específica para os professores no desenvolvimento de projectos e produção de conteúdos digitais claros e precisos para cada área disciplinar.
MsoNormal">4. Dinamizar formação específica para os professores no desenvolvimento de conteúdos digitais com vista à sua utilização em contextos de educação à distância.
MsoNormal">5. Dinamizar formação específica para os Professores do Ensino Especial, promovendo uma educação inclusiva e mais motivadora para os alunos.
MsoNormal">Não docentes
MsoNormal">1. Formação para os funcionários saberem lidar, no dia-a-dia, com o equipamento de gestão.
MsoNormal">2. Formação para os funcionários dos serviços administrativos (secretaria) de carácter idêntico à dos órgãos de gestão.
MsoNormal">3. Dinamização de formação para promover uma utilização eficiente dos equipamentos de gestão dos serviços escolares (cantina, bar, reprografia, etc…).
MsoNormal">Encarregados de educação
MsoNormal">1. Dinamizar formação sobre segurança na internet para os Encarregados de Educação.
MsoNormal">2. Dinamizar acções de formação de introdução à informática, promovendo a utilização das TIC e a aquisição de competências (a nível do Windows, Word, Internet, Correio Electrónico, etc…).
MsoNormal">
MsoListParagraphCxSpFirst">CONTEÚDOS DIGITAIS
MsoListParagraphCxSpFirst">1. Criar equipas multidisciplinares, para desta forma abranger todas as áreas curriculares disciplinares e áreas curriculares não disciplinares;
MsoListParagraphCxSpMiddle">2. Recolha de conteúdos digitais (usados na escola e fora dela);
MsoListParagraphCxSpMiddle">3. Aperfeiçoamento desses conteúdos e adaptação ao meio escolar;
MsoListParagraphCxSpLast">4. Criação de novos conteúdos.
MsoNormal">Recursos necessários:
MsoNormal">Criação de uma plataforma tecnológica pública e acessível a toda a comunidade educativa, fácil e funcional em que os conteúdos estejam acessíveis de uma forma dinâmica e com um visual agradável. Nesta ferramenta pretende-se juntar num só espaço textos, imagens, vídeos, diferentes tipos de actividades (tangram, perguntas, sopa de letras, puzzle, completar, relacionar, memória, quebra-cabeça), sons, formas, animações e tudo o que a criatividade permitir a fim de criar materiais educativos, sem a necessidade de ser um expert em informática.
MsoNormal">Os materiais criados deverão ser armazenados numa biblioteca que oferece um sistema de procura. Uma vez encontrado o recurso desejado, o utilizador poderá descarregá-lo para o utilizar nas suas aulas ou adaptar, modificar e, até mesmo, acrescentar novos recursos.
MsoNormal">O acesso a essa plataforma deve ser gerido por um editor coordenador e será aberto à contribuição de qualquer membro da comunidade educativa mediante um registo.
MsoNormal">
Um exemplo adequado para um modelo de partilha de conteúdos: |
MsoNormal">http://www.conteudoseducacionais.com.br/index.asp MsoNormal"> |
Portal com matérias, informações e modelos de planos de aulas com o uso da tecnologia como mediadora do aprendizado. |
Um repositório onde podem ser encontrados vários conteúdos digitais: |
MsoNormal">http://www.educatic.info/index.php?option=com_content&view=article&id=66&Itemid=67 |
O BOA@RAM é uma plataforma Web com conteúdos multimédia com o objectivo de suportar os processos de ensino-aprendizagem, no âmbito dos principais actores do sistema de educação da RAM (Região Autónoma da Madeira). |
Criar histórias, vídeos e muito mais… tudo isto gratuitamente e online: |
Creaza é um espaço online fantástico que disponibiliza vários recursos inovadores e bastante intuitivos, permitindo o utilizador elaborar histórias aos quadradinhos, construir mapas mentais, criar e editar vídeos e arquivos áudio. |
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Elaboração de apresentações online |
http://280slides.com/ |
280 Slides é uma aplicação online que permite criar apresentações, sem necessidade de instalar qualquer programa. Apresenta uma variedade de temas, tornando as suas apresentações mais bonitas, criativas e profissionais. |
ACESSO/PARTILHA E DISPONIBILIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO
MsoNormal" style="text-align: justify;">2. Criar categorias de acesso à informação disponibilizada pela escola (alunos, encarregados de educação, professores e administração);
MsoNormal" style="text-align: justify;">3. Promover e divulgar à comunidade educativa o papel do site escolar como um espaço de acesso e partilha de informação;
MsoNormal" style="text-align: justify;">4. Assegurar a gestão da informação do portal (Directores de Turma, Delegados de Grupo, Coordenadores de Departamento, responsáveis de clubes, equipas, ...);
MsoNormal" style="text-align: justify;">5. Introduzir aplicações que permitam a gestão do trabalho colaborativo (exemplo; google docs, google calendar, Zoho,...);
MsoNormal" style="text-align: justify;">6. Criar uma base de dados para os diferentes níveis de ensino e grupos disciplinares;
MsoNormal" style="text-align: justify;">7. Criar fóruns de discussão - Professor-Professores; Professor-Alunos; Alunos-Alunos - devidamente regulamentados;
MsoNormal" style="text-align: justify;">8. Criar um espaço de disponibilização dos conteúdos digitais;
MsoNormal" style="text-align: justify;">9. Criar um espaço para o desenvolvimento de actividades com funcionalidades de ensino à distância (e-learning).
1 Patrocínio, J. T. V. (2004). Tornar-se pessoa e cidadão digital. Aprender e formar-se dentro e fora da escola na sociedade tecnológica globalizada . Lisboa: Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia. Tese de Doutoramento, em http://www2.ufp.pt/~lmbg/monografias/tese_jtpv1.pdf (acedido em 5 de Novembro de 2009).
Despacho n.º 25/2007/M de 13 de Setembro de 2007